domingo, 8 de maio de 2011

A DANÇA CIGANA







"A  DANÇA E UM ENVOLVIMENTO COM A ALMA"
(BRENDA KAREEMHL)


A Dança Cigana não só faz bem ao corpo, mas também à alma... Formada por vários ritmos diferentes, cada qual com seu significado, em um composto de leveza, alegria e sentimentos...Melhor forma de expressão da cultura e magia desse povo, a Dança Cigana nos desperta para a vida!Cada movimento da dança retrata a história dos ciganos e possui sempre um significado místico e espiritual. Seus movimentos podem expressar sensualidade, amor, raiva, alegria, ou tristeza com a graça de uma dança bonita, atrativa e muito exótica. Desenvolve no dançarino(a) a coordenação motora, traz flexibilidade e proporciona o alongamento, como também o fortalecimento de cadeias musculares. Também evita o stress, aumenta a autoestima e a sensualidade. A Dança Cigana é sensual e alegre, nunca vulgar, as mulheres  ciganas aprendems através da dança cigana dominar todos os elementos da natureza e a fazer uso dos mesmos dentro do dia a dia. Há vários artefatos ciganos como o véu que representa a leveza do espírito do vento, a castanhola a terra fértil como o ventre de uma mulher, o punhal a força, a luta, é o símbolo masculino, o leque mistério, sedução, quando uma cigana dança com o leque ela afasta de seu corpo e de sua alma todos os elementos negativos que possa atrapalhar seu caminho. O xale remete a ancestralidade da cigana, é abrigo, afago e proteção, a cigana com xale é sinal de respeito às avós anciãs. A cigana quando baila com uma rosa em uma das mãos reverencia o amor e a espiritualidade de seu povo, os colares pulseiras, lenços coloridos entre outros enfeites mostram o nível que essa cigana alcançou dentro de seu clã. O turbante ou lenço mostra um compromisso civil como também o binje em sua testa. A saia é o traje principal de uma cigana assim como os corpetes ou vestidos, a saia é a essência de uma cigana e as cores revelam sua personalidade. A dança cigana não tem ligações religiosas, é uma dança que reverencia a beleza da mulher podendo toda pessoa de qualquer credo e idade participar, ciganas sejam elas de sangue ou de alma não são preconceituosas, são livres por natureza e respeitam todas as linhas e formas de expressões. Nessa dança abarcamos todas as culturas e sons do mundo. A dança cigana trabalha todo o corpo através de seus sublimes e alegres movimentos, sendo uma rica aliada a nossa saúde corporal, mental e psíquica, trazendo equilíbrio, vigor, leveza fortalecendo desta maneira a auto-estima e realçando a feminilidade.  
                               

DANÇA COM PUNHAL

A dança com punhal representa a morte, a transformação e o sexo. O desafio para a bailarina nesta dança não é a demonstração de técnica, mas sim a de sentimentos.


SIMBOLOGIA DO PUNHAL



O punhal representa o antigo e místico elemento ar, símbolo da força da vida, Para os ciganos o punhal é um simbolo que purifica as energias, e é usado na magia para traçar círculos, exorcizar o mal e as forças negativas, guardar e direcionar a energia durante os rituais.




ORIGEM DA DANÇA

Quase nada se sabe sobre a origem da dança com punhal, uma hipótese é a de que a dança nasceu no Egito, e era uma reverência à deusa Selkis, a rainha dos escorpiões, que tomava justamente a forma de um desses animais e, apesar da periculosidade do escorpião, era uma divindade protetora e curadora que defendia contra a picada de animais peçonhentos, e protegia o trono real.


Outra hipótese é a de que teria sido introduzida na dança pelos ciganos, as gawazees (tribo cigana) utilizavam o punhal como arma de defesa e na execução da dança, elas o usavam para transmitirem mensagens umas para as outras.


Dizem que essa dança também era praticada nos bordéis da Turquia, quando as européias eram escravizadas e levadas aos bordéis (1600-1700); época em que os Mouros raptavam as mulheres a mando do Sultão da Turquia.

Outra idéia é a de que era uma dança realizada para demonstrar status, realizada pela odalisca predileta do sultão para mostrar seu poder às outras mulheres do Harém, provando que ele tinha total confiança nela.


Ela foi vista pela primeira vez sendo executada pela bailarina norte-americana Jamila. Não é considerada folclórica.



A DANÇA

Geralmente a bailarina entra com o punhal escondido na roupa e no meio da dança o retira dançando com ele. Movimenta, manuseia e segura o punhal de diferentes maneiras durante a dança, realizando-se desenhos no ar, sempre tentando dar uma interpretação introspectiva de mistério, de luta, batalha e proteção.


Não há um traje especifico, as cores utilizadas no figurino são preto, roxo, ou azul.


O PRETO: representa justiça, sabedoria e o retorno à terra. No Egito, é símbolo de fecundidade, fertilidade da terra e introspecção. Ele absorve e transmuta as energias negativas, transformando-as em positivas.


O ROXO: é energia transmutadora, que nos conecta aos planos espirituais. Essa é a cor da realeza e, em sua forma mais sublime, vibra com a força da integração e da unidade. Quando sua qualidade intrínseca estiver coligada pela energia psíquica com a visão e intuição, essa cor será o agente do próprio destino.


O AZUL: assinala a entrada nos domínios mais profundos do espírito e uma das suas qualidades mais sutis é a aspiração. Por sua quietude e confiança, promove a devoção e a fé. È uma cor popular associada ao dever, à beleza e à habilidade.


Não se dança geralmente ao som de músicas muito animadas ou alegres, como solos de derbak ou músicas folclóricas. Usa-se músicas que tenham um certo ar de mistério para combinar com a mesma. Além disso, não há um ritmo definido para esta dança. Devido ao punhal ser um objeto que representa combate ou defesa, a dança pode acompanhar tal sentimento, ou seja, de alguém se defendendo, numa dança forte, carregada de sentimentos e bem expressiva.



Significado de alguns movimentos com o punhal:



- Punhal com a ponta para fora da mão: a bailarina está livre.

- Punhal com a ponta para dentro da mão: está escravizada, ou comprometida.

- Punhal no peito: demonstração de amor

- Punhal no meio dos seios com a ponta enfiada

no decote: sexo, paixão
- Punhal na testa com a ponta para baixo: magia
- Punhal na horizontal da testa: assassino
- Punhal nos dentes: desafio, destreza
-Punhal com a ponta no quadril: força feminina
- Equilibrar o punhal no ventre: destreza
- Passar o punhal pelo corpo: sedução
- Bater o punhal na bainha: chamado para o combate
- Equilibrar o punhal sobre a testa: domínio
- Desenhar círculos no ar com o punhal: limpeza energética astral
- Passar a lâmina rente ao próprio pescoço: ameaça de morte.
- Punhal entre as mãos, sinuoso: Homenagem a alguém da platéia







 Dança dos 7 véus





Ao longo da execução da Dança dos Sete Véus, retiram-se sucessivamente, com graça e mistério, os sete véus, cujas cores se relacionam ao arco-íris.



ORIGEM DA DANÇA:

A Dança dos Sete Véus possui várias origens, a mais remota conta que inicialmente era dançada com 49 véus, passando mais tarde a ser realizada com apenas 7 véus, e era realizada em homenagem à Deusa Babilônica Ishtar ou Astarte, deusa do amor e da fertilidade. Segundo os babilônios, Tamuz, seu amado teria perdido a vida e foi levado para o reino dos mortos, e Ishtar, por amor, resolveu ir também para o reino dos mortos a fim de resgatá-lo. Determinada, Ishtar atravessou os 7 portais do mundo dos mortos, passando pelas 7 camêras que haviam dentro de cada portal e lutando com os 49 demônios guardiões dos portais, Ishtar derrotou e dominou todos os demônios, deixando cair um de seus pertences durante as lutas em cada portal: um véu ou uma jóia (cada um deles representando um de seus sete atributos: beleza, amor, saúde, fertilidade, poder, magia e o domínio sobre as estações do ano) Chegando assim, completamente nua ao final do último portal.

O véu representaria o que ocultamos dos outros e de nós mesmos. Ao deixar os véus Ishtar revela sua verdadeira essência e consegue unir-se a Tamuz, se tornando senhora do mundo dos mortos, e guardiã das chaves dos portais, que eram abertos somente para os iniciados.


No Egito, as sacerdotisas em seus templos, ofereciam a dança dos sete véus para a Deusa Isis, que dentro dela existe, e lhe dá beleza e força, representava um ritual de experiências sucessivas de auto-conhecimento até a ascensão espiritual, e era realizada em homenagem aos mortos. As sacerdotisas retiravam não só os véus, mas todos os adereços sobre o seu corpo, para simbolizar a sua entrada no mundo dos mortos sem apego a bens materiais. Os sete véus aludiam aos mistérios da deusa Isis.


Na Grécia a dança dos sete véus era realizada nos cultos da deusa grega Afrodite, a deusa do amor.

Com o tempo, a dança passou a ser realizada por bailarinas, que limitavam-se a retirar os véus, perdendo assim seu carater espiritual, e ganhando uma conotação erótica, que permaneceu por muitos anos, até a redescoberta de sua verdadeira origem e significado.

SIMBOLOGIA DOS 7 VÉUS:
Hijab: assim é a palavra “véu” em árabe, e significa “o que separa duas coisas”. O véu é a barreira que separa o conhecido do desconhecido, o mundo material do imaterial, não é apenas um enfeite, um acessório a mais, o véu mostra existir algo muito precioso que está escondido.

A retirada do véu sugere a revelação gradual da Luz, o véu "desvenda" a sabedoria e a verdadeira essência do universo. A retirada e o cair do véu significa o "cair da venda", o abrir dos olhos, o auto-conhecimento que desperta a consciência e nos leva á ascensão espiritual.

O número Sete simboliza a combinação do Três (Céu) com o Quatro (Terra): o 3, representado por um triângulo, é o Espírito; o 4, representado por um quadrado, é a Matéria. O Sete simboliza a totalidade dos mundos.

Os sete véus simbolizão as sete cores do arco-íris, os sete planetas conhecidos na época da civilização egipcia antiga (que estão representados na dança como possuidores de qualidades e defeitos que influenciam o temperamento das pessoas), as sete notas músicais, os sete dias da semana, e os sete chacras (pontos energéticos do corpo humano). Na Dança dos Sete Véus, cada véu corresponde a um grau de iniciação, rumo á ascensão espiritual:

A PRIMEIRA INICIAÇÃO: Nesta iniciação a pessoa deverá trabalhar o domínio das tendências físicas inferiores básicas: purificação da alimentação, manutenção do corpo livre ao máximo de toxinas, transmutação da luxúria em amor, entre outras coisas. Neste estágio, a pessoa começa a tomar consciência de si mesma, como alma.

A SEGUNDA INICIAÇÃO: Esta iniciação desenvolve o controle da camada emocional. Os desejos egoístas são substituídos pelo desejo de servir a humanidade e entra-se num trabalho intenso com a natureza emocional e psicológica. Aqui, o indivíduo toma consciência de quem é realmente, de todos os aspectos do seu eu, aceita-os e trabalha os aspectos negativos. A meta da segunda iniciação é fundir as metas e desejos pessoais, com as metas do Todo.

A TERCEIRA INICIAÇÃO: Aqui o domínio do pensamento é o foco central. As formas de pensamento têm que se tornar claras e definidas, assim como os nossos propósitos ou desejos. Os pensamentos devem ser dirigidos para os planos superiores. O indivíduo precisa aprender a trabalhar com os bloqueios físicos, emocionais e mentais, não os negando, mas encontrando as suas raízes; e isso para muitas pessoas é a parte mais difícil.

A QUARTA INICIAÇÃO: Existe um período de sacrifício e desapego profundos nesta iniciação, que também é chamada de "crucificação", e aqui a pessoa tem que trabalhar os medos, e as perdas. Neste estágio, a visão aumenta espantosamente e o interesse verdadeiro passa a ser elevar a humanidade, pois a essência da alma sabe que forma uma unidade com tudo o que existe. Aqui, o iniciado não é mais uma alma aprisionada, mas sim a própria alma.

A QUINTA INICIAÇÃO: É a revelação e ocorre no plano átmico. A vontade de servir, assume fundamental importância. A pessoa toma total consciência dos papéis desempenhados na evolução da Terra e do universo. Aqui a pessoa entra em pleno contacto com o seu poder pessoal, com o amor, e a luz.

A SEXTA INICIAÇÃO: Esta é a "iniciação da ascensão"; que se inicia agora e completa-se na 7.ª iniciação. Aqui a pessoa sente-se numa total unidade, vivenciando o amor incondicional divino e uma profunda paz. É necessário invocar e ser a Luz e o Amor.

A SETIMA INICIAÇÃO: A partir daqui, não somos mais atraídos pelos mundos inferiores a não ser pela vontade de servir. Neste plano, a vontade espiritual se encontra plenamente ativada, entrando em pleno funcionamento ao lado do amor incondicional e da sabedoria. Neste estágio o amor incondicional, as motivações puras e o brilho da própria luz, reluzem na aura do iniciado.

A DANÇA:
A bailarina se envolve com os sete véus. Os véus podem ser das seguintes cores: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, lilás, branco. A vestimenta da dança do ventre , embaixo dos sete véus, deve ser preferencialmente branca ou de cor clara, suave. Durante a dança a bailarina realiza movimentos de meditação e de transe.

A retirada de cada um dos véus, presos ao corpo da dançarina, representa a dissolução dos aspectos mais nefastos e a exaltação das qualidades pessoais.

As melhores músicas para essa dança são as instrumentais, a música deve ter andamento lento e duração longa, aproximadamente 7 a 8 minutos, dedicando um minuto para cada véu. A bailarina deve assumir uma personagem: a sacerdotisa em busca da sua verdade. O despertar de sua consciência, de sua força e poder, dentro do mais perfeito equilíbrio.

SIGNIFICADO DOS VÉUS, POSIÇÃO e MOVIMENTOS PARA DANÇA:

O VÉU VERMELHO - Marte - Chacra Básico; sua retirada significa a vitória do amor cósmico e da confiança sobre a agressividade e a paixão; Entra-se com o véu vermelho (medindo 3 metros), realiza-se movimentos fortes de véu e quadris, como batidas e shimies.

O VÉU LARANJA - Júpiter - Chacra Esplênico; que dissolve o impulso dominador e dá vazão ao sentimento de proteção e ajuda ao próximo; O véu é preso no quadril. Realiza-se movimentos de shimies, oitos, redondos; o véu acompanha com movimentos do quadril.

O VÉU AMARELO - Sol - Chacra Plexo Solar; que elimina o orgulho e a vaidade excessiva, trazendo confiança, esperança e alegria; O véu é amarrado no corpo cobrindo a barriga. Realiza-se movimentos de ondulações, oitos laterais, oitos com ondulações, redondo interno e redondo grande.

O VÉU VERDE - Mercúrio - Chacra Cardíaco; que mostra a divisão e a indecisão sendo vencidas pelo equilíbrio entre os opostos; O véu é preso no busto ou em um dos braços. Realiza-se movimentos de busto e braços.

O VÉU AZUL-CLARO - Vênus - Chacra Laríngeo; a qual revela que a dificuldade de expressão foi superada, em prol do bom relacionamento com os entes queridos; O véu é preso no pescoço ou no outro braço preso a um bracelete. Retira-se os véus verde e azul juntos com movimentos de cabeça.

O VÉU LILÁS - Saturno - Chacra Frontal; mostra a dissolução do excesso de rigor e seriedade, a conquista da consciência plena e o desenvolvimento da percepção sutil; O véu cobre o rosto (chador). Realiza-se movimentos de expressão de olhos e cabeça. Tira-se o chador.

O VÉU BRANCO - Lua - Chacra Coronário; ( a união de todas as cores ). A queda do último véu mostra a imaginação transformada em pensamento criativo e pureza interior; O véu branco é preso na cabeça (como véu dos beduínos). Retira-se o véu, utilizando-o com movimentos de giros e de casulo fazendo uma especie de espiral pelo corpo.