terça-feira, 4 de outubro de 2011

ELEMENTO TERRA

Símbolo do elemento Terra
"SUSTENTADORA, AGRESTE, CULTIVADA, A TERRA É UM ELEMENTO VITAL QUE TUDO DÁ E TUDO VOLTA A TIRAR. TUDO VEM DA TERRA E TUDO REGRESSA A ELA."







Terra é o nome que demos ao nosso planeta e que escrevemos com T maiúsculo para distingui-lo do nome do elemento primordial sobre o qual andamos, descansamos e que nos alimenta. A Terra, sobretudo, é sustentadora. O grande  jardim da Terra, antes desta ser cultivada, oferecia-nos já à abundância dos seus frutos.
Porém, os nossos antepassados sabiam melhor que nós que é necessário dar à Terra tanto quanto ela nos dá, e que não podemos separar a terra da Terra, a matéria e o astro. Nos seus espíritos, a matéria e o astro confundiam-se na imagem de uma divindade única, uma deusa-mãe que, embora adotasse múltiplas aparências conforme as crenças, as culturas e as civilizações, foi sempre e em toda as partes idêntica.

O GRANDE PRINCÍPIO FEMININO

A terra, matéria primordial, da qual provém toda a vida, que dá e volta a tirar a vida, é selvagem, indomável, maléfica ou cultivada, adaptável, benéfica. É o grande princípio feminino oposto ao céu, grande princípio masculino. O duplo aspecto positivo e negativo da terra reside nisso; por um lado, é generosa e fecunda, produz uma grande variedade de plantas e de frutos, nada se perde, tudo se transforma, já que as sementes procedentes das plantas voltam à terra - a sementeira- para que dê novas plantas e novos frutos. Porém por outro lado, o fato de tudo regressar à terra implica que ela reina segundo um princípio vital e fatal sem o qual a vida na Terra não seria possível; este é o seu aspecto negativo, obscuro e maléfico. De fato, assim como a semente produzida pela planta ou pelo fruto,  o homem também  volta à terra "Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei a ele", diz Job (1,21). A partir daí, para nossos antepassados era lógico que o reino dos mortos estivesse no subsolo, no mundo subterrâneo, onde se manifestam as forças obscuras, as sombras, frequentemente associadas à decomposição e à putrefação. No entanto, o subsolo é ao mesmo tempo o lugar de fecundação e da germinação, portanto a esperança em um renascimento, em uma ressurreição, era sempre possível. Por esta razão, acreditava-se que arremessar um pedaço de terra era o que bastava para expulsar as forças nefastas e para conjurar a fatalidade vinculada à morte, ritual que ainda hoje se conserva ao enterrar os mortos.


GAEA E DEMÉTER AS GRANDES DEUSAS DA TERRA

Segundo a mitologia grega, Gaea, a grane deusa-mãe, foi a segunda divindade a aparecer, depois de Caos, que tinha engendrado a Noite e o Dia. Dela nasceram urano, o Céu, as Montanhas e o Oceano. Gaea ao unir-se ao Céu, seu próprio filho concebeu Crono, o Tempo, é avô de Zeus. Hoje em dia, estranha-se que a Terra esteja ausente da hierarquia celeste do Zodíaco, que apresenta correspondência do Olimpo, criados a partir de modelos mais antigos. Na realidade, a Terra está onipresente no Zodíaco, embora os astrólogos nunca aluda formalmente a ela, pois encontra-se situada no seu centro, os centro de todas as influências, às quais é infinitamente receptiva e das quais foi, o princípio, o receptáculo. Como bem ilustra o mito de Gaea, frequentemente representa por uma mulher de formas arredondadas, cheias, generosas, é a Mãe Universal, potência inesgotável de fecundidade. Guarda também os segredos dos Destinos e preside , assim, à sorte de toda humanidade.
Deméter-Ceres, uma grande deusa maternal segundo a mitologia grega, era a filha de Crono e de Rea, outra divindade da Terra, ambos filhos de Gaea. Porém, distingui-se da sua avó no que é uma representação mítica da terra cultivada. Chamavam-na a deusa do trigo, muitas vezes ilustrada como uma mulher jovem sentada e carregando espigas de trigo. Quando Perséfone, sua filha que concebeu com Zeus, foi raptada e sequestrada no reino dos Infernos por Hades, Deméter-Ceres, para manifestar o seu desacordo e a sua ira, provocou a esterilidade da terra e, em consequência, a seca e a fome. Esta lenda ilustra os poderes de vida e morte que sempre se reconheceram à Terra, já que a seca e a fome são calamidades contra as quais o homem - ainda hoje- é impotente.