quinta-feira, 21 de julho de 2011

CIGANO PEDROVICK

É um cigano guerreiro, que desmancha magias negativas, adora o azulão e sempre traz na mão uma pena de pavão. Essa ave é a preferida desse cigano. Quando o pavão arma sua cauda, ele diz:
- Está desmanchada a magia negativa.
Sua fruta predileta é a manga-espada; é com ela que faz suas magias. Pedrovik tem um jogo que poucos conhecem: com quatro caroços de manga, ela fala do passado, presente e do futuro.
O cigano Pedrovik adora contemplar o Sol.
Ele tem uma reza que afasta os inimigos do caminho. Pedrovik não perdoa a quem ofende seus amigos – á ai que ele se torna possesso.
Do caroço da manga, ele faz um pó que sopra quando o vento é forte- essa é a magia contra os inimigos.
O cigano Pedrovik tem um mistério ligado à gruta de são Bartolomeu, onde estão o fundamento e a magia da mãe-cobra que é o arco-íris.
As pessoas que moram em São Salvador sabem certinho onde é esse lugar.
Retirado do Livro: Mistérios do Povo Cigano
Autoras: Ana da Cigana Natasha
Edileuza da Cigana Nazira

CIGANO ARTÉMIO




É misterioso, poucos sabem sobre sua passagem na Terra.
Trabalha com um punhal, uma turmalina-verde, um espelho, um maracujá pequeno, um tacho de cobre, uma moeda antiga, folha de sândalo, folha de tabaco, muitas fitas coloridas e um lenço de quatro cores, verde-claro, verde-escuro, verde-água, e verde-folha, com uma estrela de seis pontas dourada no meio, com que cobre o tacho.
É com isso que ele faz suas magias, faz amarração e desamarra casos difíceis.
Quando termina o trabalho, manda colocar tudo isso no mato fechado
Salve esse cigano.
Que Bela-Karrano lhe dê permissão para fazer mais e mais suas magias
AUTOR DESCONHECIDO

CIGANO RAMON



Era um Cigano de meia-idade, com cabelos grisalhos e olhos pretos. Ramon foi Kaku (líder mais velho) do seu grupo e era muito respeitado por vários outros clãs. Devido a sua grande sabedoria, também é conhecido como Rei Salomão.
Suas Roupas:
Ele usava blusão estampado com mangas compridas, aberto no peito, sem colete por cima. Sua calça era azul-marinho. Na cintura usava uma faixa vermelha, na qual prendia o seu punhal de ouro com cabo incrustado de rubi.
Seus Adereços:
Ramon usava um lenço vermelho na cabeça amarrado para o lado direito. Na orelha esquerda ele trazia uma pequena argola de ouro; no pescoço, um cordão de ouro com uma estrela de seis pontas pendurada bem no peito; e, no dedo indicador da mão direita, um anel de ouro com uma estrela de seis pontas, tendo em cada ponta um minúsculo topázio amarelo.
Sua Magia
Durante sua vida na Terra, Ramon sempre estava com seu violino, às vezes tocando, outras compondo suas músicas. As letras dessas melodias falavam sempre de experiências vividas nas longas viagens pelas estradas do mundo.
Hoje, como espírito de luz, quando chega à Terra ele pede logo seu violino, pois só sabe fazer magia cantando antes, suas melodias do passado distante, como esta:
“Noite fria fazia,
Todos no acampamento já dormiam.
Só Ramon passeava lá na beira da estrada.”
A fase da Lua que ele preferia era a cheia.
Livro: Ciganos do Passado, Ciganos do Presente
Ana da Cigana Natasha
Editora Pallas .

CIGANO BÓRIS



Boris é um cigano de cabelos grisalhos, com bigode e barba cerrada, moreno e de olhos verdes.
Usa calça azul-marinho e blusa branca.
Não dispensa seu colete de veludo vermelho e seu chapéu branco.
Quando fez a passagem para o plano não era mais um jovem, mas um ancião.
Ele era o conselheiro do seu grupo; foi Kaku (mago, sábio), que acabou seus dias só neste planeta.
Quando chega à Terra, ele pronuncia as seguintes palavras:
“Já fui novo, hoje sou velho;
já fui vencido e já venci;
já caí e me levantei;
já tive fome e me alimentei;
já chorei e já sofri;
já fui triste, hoje sou alegre;
já tive corpo, hoje sou um espírito;
já tive mulher, e no fim da vida vivi só.
Hoje tenho todos vocês em um só ideal.
Venho para ajudar, para lutar e retirar
barreiras dos caminhos para vocês
passarem.
Sou um espírito cigano igual a
outro qualquer, não sou melhor nem pior;
sou o cigano Boris que acabou de chegar.”
Nesse momento, ele pede um cálice de vinho tinto rascante e
oferece a cada assistente um gole, dizendo:
“Que este gole seja o remédio para solucionar
seus problemas e que, ao se misturar com seu
sangue, o purifique e leve ao seu cérebro a
calma e a paz para seu dia-a-dia.”
RETIRADO DO LIVRO COMO DESCOBRIR E CUIDAR DOS CIGANOS DOS SEUS CAMINHOS – AUTORA: ANA DA CIGANA NATASHA – EDITORA PALLAS

CIGANO PABLO




Quando vivo, chefiava uma tribo de ciganos que na maior parte do tempo acampava pelas terras de Andaluza, como na tribo as tradições eram passadas de geração para geração e de pai para filho, herdou a chefia da tribo ainda jovem de seu pai.
Aprendeu tudo que era necessário aprender com os antigos da tribo, que para os ciganos, são as pessoas mais sábias sobre a face da terra.
Durante o tempo em que chefiou a tribo sempre recorria a eles em busca de sabedoria para solucionar problemas ou quando tinha dúvidas ou quando necessitava tomar qualquer decisão que fosse de maior responsabilidade, nunca gostou de tomar qualquer decisão, sem antes consultar a sabedoria dos antigos.
Quando nasceu, foi prometido como todos os ciganos a filha de um dos ciganos da tribo, crescerão juntos e aprenderão a gostar um do outro e assim foi até atingirem a idade necessária para contraírem o matrimônio, enquanto isso aprendeu com os antigos, todos os truques e todas as magias ciganas.
Tornou-se um grande conhecedor de magias e adquiriu um pouco da sabedoria dos antigos.
Chegada à época das núpcias, se casaram aos quinze anos de idade, e aprenderam juntos como liderar a  tribo.
Tiveram três filhos homens.
Segundo a tradição todos foram prometidos e assim seguiram o mesmo caminho, com muita alegria e muita fartura.
Trabalhavam arduamente cada um em seu ofício em prol da coletividade.
Com os filhos crescendo e a  felicidade a largos passos, começaram os problemas, o  primogênito, ao qual cabia substituir o pai na liderança da tribo, resolveu rebelar-se contra a  tradição, não querendo aceitar o acordo de núpcias feito entre as famílias,  causando um conflito na tribo, como se não bastasse, resolveu envolver-se com outras moças da tribo, causando o desagrado de todos os homens que já estavam como ele prometidos a essas moças, até que seus atos o levaram a um conflito direto com um dos jovens da aldeia, e pelas leis da tribo, levaram a um duelo pela honra.
O Cigano Pablo já sabia de antemão como terminaria esse duelo, pois, com a sua revolta, o  filho não quis aprender com ele a arte de duelar, com isso encontrava-se despreparado para o duelo.
Pablo com grande dor no coração por se sentir impotente em relação ao fato e também obrigado  a  fazer que a lei da tribo fosse cumprida (essa lei nunca havia sido utilizada na tribo).
Tornou-se introspectivo e voltou-se para os antigos em busca de consolo. Sabendo os antigos pelo grande amor que nutria por seu primogênito, mostraram que havia uma maneira não muito ortodoxa de poupar o seu filho da morte certa, porém, sendo um bom lutador e tendo o conhecimento da magia do duelo, sabia também que não deveria vencer o jovem.
Pablo assumiu o lugar de seu filho (deveria morrer em seu lugar).
E assim ele o fez, morreu pelas  mãos de um jovem cigano irado com o fato do seu filho ter desonrado a sua prometida:
"...deixei em desgraça uma jovem mulher e três filhos rezando a Santa Sara para que cuidasse de todos.
Durante o tempo que me foi permitido velar por minha tribo e minha família, fiquei ao lado de todos tentando colocar algum juízo na cabeça de meu filho, esperando que depois do fato acontecido ele resolvesse aceitar o seu destino, mesmo depois de tudo o que fiz, esse meu filho ainda se rebelou com o que fiz, continuou em sua busca de algo que nem ele sabia o que era.
Nessa sua busca desse algo, foi levando em seus passos o meu segundo filho, que sem o pai, estava completamente envolvido pelo irmão mais velho, tentei de todas as maneiras que pude e me foi permitido, influenciar ao primogênito o sentido de dever, não conseguindo meu intento e vendo que o meu tempo estava se escoando, fiz o que qualquer pai amoroso faria, mudei o meu objetivo para o segundo filho, que com mais jeito que o mais velho aceitou tudo o que eu pude passar para ele.
Descobri então que com o segundo filho, tudo era mais fácil, pois, este já trazia de berço todos os dons que me foram passados por gerações, então investi neste, sempre com o intuito de regenerar o mais velho, indicando ao mais novo o caminho dos antigos, fiz com que este filho conseguisse com o seu carinho trazer o mais velho de volta, pois o segundo filho mostrou-se mais sábio que o pai e abrindo os olhos do primeiro filho o trouxe para o seio da tribo.
Depois de regenerado o meu primeiro filho retomou o seu lugar na tribo, ocupou o meu lugar, o qual o meu segundo filho controlou com muita sabedoria, ate a volta do irmão.
Ai eu pude seguir o meu caminho no astral até o dia em que pude tornar a encontrar a minha amada, e voltar a montar a minha tribo no astral..."
Autor desconhecido

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CIGANO JUAN





Este cigano é de origem espanhola, protetor da família, e abranda brigas e mágoas entre entes queridos, viajou por todo o mundo e faz suas magias na água limpa, trás para seus médiuns a vidência, da moeda na bacia de água de chuva.
Kaku poderoso conhece ervas e dita leis, determinado e compreensivo, não deixa que pessoas guardem em seus corações ódio e rancor, porque diz que envenena a alma e o corpo.
É fisicamente grande, e quando na aura dos encarnados, estes passam a parecerem maiores do que são, carrega um diklé (uma bolsa, guaiaca) e não gosta dos garandons (vadios ou preguiçosos), pita o pafeito (cachimbo) com muita classe, enquanto observa. Fala pouco, mas quando diz algo é lei. 
Seus protegidos têm, o dom da vidência na água de chuva, jogam dados imantados e predizem o futuro de seus clientes, sua magia principal é para desmanchar brigas. 



AUTORA: RAMONA TORRES




Juan adora comer pimenta; sua preferida é a pimenta-do-reino. A esse respeito, ele diz:
- É de coisa quente que se faz magia.
Esse cigano é perigoso. É muito difícil engana-lo, pois é muito desconfiado. Ele nunca olha nos olhos dos outros. Sua roupa é toda vermelha. Ele é moreno, tem cabelos e olhos pretos e usa 21 punhais de prata.


TRECHO RETIRADO DO LIVRO MISTÉRIOS DO POVO CIGANO – ANA DA CIGANA NATASHA E EDILEUZA DA CIGANA NAZIRA – EDITORA PALLAS .

CIGANO RAMIREZ



No dia 24 de maio de 1577, o velho cigano Bergem casou-se com a jovem cigana Gênova, formando assim, mais uma família cigana. No dia 28 de maio de 1578 nasceu a primeira filha do casal, que levou o nome de Huélva. O casal era muito feliz com sua pequena filha.
Algum tempo depois, Gênova engravidou novamente e, no dia 24 de junho de 1580, para completar a felicidade do casal, nasceu um menino, no qual Gênova colocou o nome de Ramires. Assim se completou o grupo familiar de Bergem e Gênova, formado por quatro pessoas. Bergem era muito mais velho do que sua esposa, mas eles eram um exemplo de felicidade e amor.
Quando Ramires estava com quatro anos, no ano de 1584, sua família ia para Madri e, no meio da viagem, o tempo mudou e caiu uma forte tempestade. As carroças do comboio deslizavam na estrada cheia de lama e poças d’água; a escuridão era imensa.
Em dado momento, todos escutaram um barulho muito forte: uma das carroças tinha virado. Era um quadro desesperador. O velho cigano Bergem, sua jovem esposa Gênova, sua filha Huélva, de apenas seis anos, e seu filho Ramires, de apenas quatro anos de idade, estavam debaixo da carroça.
O cigano Pedrovik, irmão de Bergem e chefe do grupo, veio logo socorrer o irmão e sua família; mas, infelizmente, não pôde fazer mais nada, além de desvirar a carroça e colocar dentro dela os corpos do irmão, da cunhada e da sobrinha. Só o sobrinho estava vivo, sem nenhum arranhão no corpinho.
Pedrovik tomou conta de pequeno Ramires que, daquele dia em diante, tornou-se uma criança diferente. Ele ficava sempre isolado, vivia só, seu comportamento era bem distinto do dos outros meninos do grupo.
O tempo foi passando. Ramires tornou-se homem feito. Mas era de poucas palavras, seu comportamento continuava estranho, não mudara nada desde o tempo de criança, quando ficava isolado de todos.
Certo dia, seu tio Pedrovik chamou-o na tenda e disse:
“- Vamos conversar, meu filho. Já és um homem
eu decidi que irás casar com a minha protegida Zanair, neta da falecida Zaira.”
Ramires não teve escolha e assim foi concretizado o casamento, no dia 8 de abril de 1610, quando era plena primavera em Madri.
O casamento, realizado por Pedrovik, seguiu o ritual tradicional. Zanair estava belíssima com uma túnica rebordada de pedras reluzentes, a saia muito rodada que reluzia com os reflexos da fogueira, e uma coroa de flores naturais em tons claros na cabeça.
Depois de realizado o ritual de união dos dois, Pedrovik deu ao casal dois potes cheios de grãos, para que nunca faltasse alimento na sua tenda. Em seguida, Zimbia Taram, uma cigana idosa do grupo, cortou um fio de cabelo de Ramires e outro de Zanair; colocou-os dentro de um copo de cristal junto com os fios de crina de cavalo e de égua e outros objetos; e fez a magia do amor para que sempre houvesse sexo entre o casal, e para que eles tivessem muitos filhos.
Passados nove meses do casamento, Zanair deu à luz um lindo menino, a quem deu o nome de Izalon; e de ano em ano ela dava à luz mais um filho. Ela teve ao todo nove filhos, três meninos e seis meninas, que nasceram na seguinte ordem: Izalon, Pogiana, Tarim, Tainara, Tamíris, Diego, Thaís, Lemiza e Talita.
O fundo do coração de Ramires sempre foi um mistério. Ele teve de se adaptar à vida de família, superando muitos traumas da infância; entretanto, a seu modo, foi um esposo carinhoso. Foi também um ótimo pai, e criou seus filhos com muito amor e carinho.
Os membros dessa família desceram pela primeira vez à Terra como espíritos no ano de 1910..
Esse cigano era moreno-claro, de cabelos pretos lisos e olhos esverdeados.
SUAS ROUPAS
A roupa preferida de Ramires era blusão branco com mangas compridas fechadas por abotoaduras de ouro em forma de botões. Por cima desse blusão ele usava um colete de veludo verde rebordado com pedrinhas coloridas. Na cintura trazia uma faixa dourada, na qual prendia o seu punhal de prata com cabo de esmeralda. Sua calça era de veludo azul-turquesa.
SEUS ADEREÇOS
Ramires costumava usar na cabeça um lenço vermelho amarrado para o lado esquerdo. Na orelha direita trazia uma pequena argola de ouro; e no pescoço, um cordão de ouro com uma moeda de ouro antiga como pingente.
SUA MAGIA
Ramires fazia magia com dois espelhos em forma de triangulo. Ele os colocava no chão, um deles com uma das pontas voltadas para o Sul. Em cada ponta desses espelhos ele acendia uma vela branca e, no meio deles, colocava um copo com água e um cravo branco. Em seguida, ele pedia a Diuela que curasse uma pessoa doente.
A fase da Lua da sua preferência era a cheia.
Fonte: Ciganos do Passado Espíritos do Presente – Ana da Cigana Natasha – Editora PALLAS.